Dr Marcelo Norio Inada explica tudo sobre o câncer de pele para Ana Maria Braga

*Marcelo Norio Inada é cirurgião plástico pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e pela Associação Médica Brasileira. Titular em Oncologia Cutânea (Câncer de Pele) no Hospital AC Camargo. Membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e atende em sua clínica particular.

Saiba tudo sobre o tipo de câncer mais comum no Brasil em:

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Até o final de 2012 e início de 2013 a estimativa de casos de câncer de pele no Brasil não é otimista: mais de 130 mil novos casos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a incidência maior é em mulheres. O motivo para ser o câncer que mais atinge a população? Não é um, mas são vários os motivos.

O fator hereditário é um fator de risco, mas não o principal. Segundo o cirurgião plástico Marcelo Norio Inada, não é necessário que alguém na família tenha tido câncer de pele para que um parente venha a ter, pois apenas 10% dos pacientes com melanoma têm um parente próximo com a doença.

O médico destaca os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele:

– A história prévia de outro tipo de câncer de pele (pacientes que já tiveram um câncer de pele apresentam risco elevado de terem outro câncer de pele);
– O tipo de pele (pele clara);
– A exposição excessiva ao sol;
– Queimaduras solares durante a infância;
– Presença de alguns tipos de “pintas”, como o nevus congênito (manchas de nascença) ou pacientes com múltiplos nevus displásicos (ausentes no nascimento e com bordas e tonalidades variadas);
– Exposição à produtos químicos como arsênico, alcatrão de carvão e creosoto;
– Pacientes transplantados em uso de imunodepressore;
– Pessoas que se submetem a máquinas de bronzeamento.

Prevenir é o melhor remédio

As recomendações de Inada são:

– Utilização de filtro solar (mínimo de fator 15): “Não só na piscina ou praia, mas no dia-a-dia já que as lâmpadas também emitem raios ultravioletas”;
– Chapéus e óculos escuros, que protegem a região dos olhos;
– Evitar a exposição solar entre às 10 e às 15 horas, principalmente nas crianças: “Porque a exposição nos primeiros 20 anos é decisiva para o aparecimento de câncer de pele mais tarde”;
– Consulta anual com um especialista para a prevenção e diagnóstico precoce.

De acordo com o médico, ao se consultar com um especialista (dermatologista, por exemplo) ele provavelmente saberá se o diagnóstico indica câncer de pele apenas ao examinar em consultório – sem a necessidade de exames mais elaborados. “Existem vários sinais que podemos observar em nossa pele, que são lesões pigmentadas que apresentem coceira, sangramento, mudança nas suas características como coloração, tamanho e crescimento; lesões avermelhadas, esbranquiçadas ou escurecidas com crescimento; manchas de nascença que apresentem mudanças de características, e feridas que não cicatrizam”, alerta Inada.

Apesar das descrições das lesões, o mais importante é a avaliação de um especialista para a diferenciação das lesões benignas e malignas e o diagnóstico precoce. “Pode-se ainda utilizar a dermatoscopia, um aparelho que aumenta e emite uma luz halógena, permitindo a visualização das diferentes camadas da pele e a coloração das lesões”, afirma. Em caso de lesões suspeitas, realiza-se a biópsia – o que determina realmente se é um câncer de pele.

Tipos, perigos e tratamentos

“Dentre os tipos de câncer de pele, há os ‘não melanomas’, que representam a maior incidência, com baixa mortalidade, e o tipo melanoma que representa 5%. O melanoma, quando diagnosticado e tratado numa fase inicial, quase sempre apresenta uma alta taxa de cura, porém quando há demora no diagnóstico, pode metastatizar para outros órgãos, com uma alta mortalidade”, explica o médico.

Segundo Inada, o tratamento para câncer de pele depende do tipo, do estágio em que se encontra a doença e da localização do tumor. “A maioria dos cânceres é tratada com cirurgia, mas existem vários outras modalidades de tratamento, como a crioterapia; a radioterapia; a quimioterapia; cirurgia de Mohs, na qual se preserva o máximo de tecido sadio; e a terapia fotodinâmica, em que se utiliza a luz para o tratamento de alguns tipos de tumores sem a utilização de cirurgias”, diz. Lembrando que cada tipo de câncer tem indicado um tipo de tratamento, e só o médico que acompanha o caso saberá indicar.

“Atualmente, no Brasil, dispomos de todos os recursos que existem mundialmente. Com a globalização, os congressos médicos, facilitam a troca de informação e o conhecimento. Assim o fundamental é o diagnóstico precoce, para um tratamento precoce com altas chances de cura”, finaliza.

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